quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um sonho possível (será?)

Essa idéia de que o amor possa ser um sentimento “imposto” nunca me fez a cabeça...
Sempre me soou como uma cartilha onde devia-se ser cumprido à risca pelos seus “usuários”.
Desde que entendi como este sentimento agia sobre as pessoas, sempre questionei a autenticidade de tal “invenção”.
Sim, sou um defensor do amor universal, sem rótulos, sem preconceito e sem demagogia.
Já escrevi sobre isso algumas vezes, porém, é um assunto recorrente, sempre presente, a cada dia, a cada conversa, a cada troca de experiência com amigos e com pessoas que vou conhecendo por esta estrada afora.
Não me convence a idéia de que tal sentimento tenha que ser da maneira como nos foi colocado quando éramos pequenos, ou porque a sociedade assim quis, ou porque é assim e pronto. E ponto.
Sei que sou uma pessoa contestadora, ás vezes polêmica, eu admito. Mas sou assim.
Utópico?
Sonhador?
Não sei.
Sei que sou assim.
Já tive alguns relacionamentos que me renderam frutos maravilhosos e inesquecíveis...
Por ser um canceriano – embora não ligue muito para esta coisa de signos ou sobre a influência que eles podem exercer em nossas vidas – sou um cara que valoriza os sentimentos, não os superficiais, mas os mais profundos, entende? Daqueles que te fazem enlouquecer mesmo.
Tá, eu admito que procuro a dita pessoa certa...
Mas, que pessoa certa é esta que a gente vive procurando?
Que metade é essa que buscamos para juntos formarmos apenas um?
São perguntas perturbadoras...
Às vezes elas me tiram o sono sim, mas não sou escravo delas não...
O que todo mundo quer, a bem da verdade, é encontrar alguém companheiro, amigo , parceiro em todos os momentos, alguém com objetivos e sentimentos verdadeiros, enfim...
Buscamos aquilo que nos falta, muitas vezes... Estou falando alguma besteira?
Mas, por incrível que pareça, encontrar esta preciosidade está cada vez mais difícil...
As pessoas estão presas pela superficialidade e deixam de lado os gestos mais puros, simples e que fazem toda diferença em uma relação, seja ela qual for.
Um abraço, um carinho, um beijo, enfim, uma companhia para uma pizza, uma parceria para um jantar bacana, um cinema, sei lá, coisas simples, entende?
O que me parece é que as pessoas – não são todas, é verdade – estão mais preocupadas com o prazer momentâneo do que com uma relação duradoura.
Se eu estiver errado, por favor, me internem...
Mas é isso que percebo, como disse, observando e conversando com as pessoas.
Claro que tem aqueles casos excepcionais, daqueles de bater o olho e pronto: encontrei!
São raros, mas existem.
E são estes casos que nos movem a querer encontrar a pessoa dita “especial”, “certa”, dentro daquilo que estamos buscando.
Tenho que admitir que, por muitos e muitos anos, idealizei alguém com dezenas de características...
Descobri, anos mais tarde, que na verdade, esta pessoa não existia, pois beirava à perfeição e pessoas perfeitas não existem, afinal, somos humanos passíveis de erros, não?
Então o que eu fiz, foi buscar em alguém estas características que não faziam parte de mim.
Algumas vezes funcionou, outras nem tanto.
Engraçado isso, né?
Sei que posso parecer exigente ao extremo, mas que mal pode haver em se querer alguém com algumas qualidades mínimas para começar alguma coisa?
Quem nunca fez isso, que publique o primeiro comentário...
Sei que não há receita certa para isso... Mas discordo da idéia do “deixa acontecer naturalmente”, como naquela música...
Sim, sei que sou um sonhador...
E vou continuar sonhando, porque enquanto sonho, não perco as esperanças... E isso é o que me move...
Busco sim, em cada rosto, em cada olhar, em cada expressão, algo que me faça frear ou que me faça perder o tino de uma vez...
Já me apaixonei “n” vezes...
Amei algumas...
Aprendi com meus erros – aliás, sempre se aprende.
E assim vou seguindo...
Tentando, tentando, tentando...


Monte Castelo
Legião Urbana

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

3 comentários:

Maklene disse...

Peterson?! Será que é vc mesmo?! O amigo q não tenho notícias há mais de 16 anos... Pelo q li tenho quase certeza q é vc, contudo talvez vc não lembre mais de mim, faz muito, muito tempo... Engraçado, vc não mudou quase nada. Os seus textos lembram muito as nossas conversas... É vc, não é?
Maklene (lembra?!)

Peterson disse...

Nossa, nem acredito! Claro que lembro, Maklene!!! Sério que já se passaram mais de 16 anos??? Que loucura... Pena que não deixasse teu e-mail no contato...Espero que leia este comentário... Bjs!

Anônimo disse...

Muito tempo, né? Fiquei feliz em encontrá-lo!!! Bjs
(maklene_pharma@yahoo.com.br)