quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Graciliano Ramos



"Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas
com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos
estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei,
ainda nos podemos mexer"


Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo (AL), no dia 27 de outubro de 1892 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1953. Fez os primeiros estudos no interior de Alagoas e tentou o jornalismo no Rio de Janeiro. Regressou a Palmeira dos Índios (AL), cidade da qual foi prefeito, em 1928, renunciando ao cargo dois anos depois e passando a dirigir a Imprensa Oficial do Estado. Em 1933, foi nomeado Diretor da Instrução Pública. Por suspeita de ligação com o comunismo, foi demitido e preso em 1936. Remetido ao Rio de Janeiro, permaneceu encarcerado na Ilha Grande, onde escreveu Memórias do cárcere. Em 1945, aderiu ao Partido Comunista Brasileiro.
Atuou como revisor e escritor em diversos jornais e revistas pelos lugares em que passou. Em 1904, criou o jornal o Dilúculo, dedicado às crianças; participou do Echo Viçonsense, no qual, trabalhava como redator Mário Venâncio seu mentor intelectual, e cujo suicídio em fevereiro de 1906, pôs fim ao respectivo jornal. Em 1905 freqüentou por pouco tempo o Colégio Quinze de Março, em Maceió. Em todos os jornais em que colaborou, Graciliano adotou diversos pseudônimos, tais como: Feliciano de Olivença (com o qual começou a publicar sonetos na revista O Malho), Almeida Cunha, S. de Almeida, Soares Lobato, Soares de Almeida Cunha e Lambda. Em 1910 o Jornal de Alagoas, do qual também era colaborador, move um inquérito literário contra o escritor; em outubro do mesmo ano Graciliano muda-se para Palmeira dos Índios, aonde, após diversas idas e vindas, casa-se com Maria Augusta Ramos em 1915. Após cinco anos, em 1920, falece sua esposa deixando-o com quatro filhos pequenos.
Dentre seus diversos livros, um merece destaque especial: "Vidas Secas" - obra que conta a saga de uma família nordestina e que trata das raízes da opressão no campo brasileiro, por mostrar como se dão as relações de poder, como se forma “aquele que não pode responder, que não pode fazer contas” e, do outro lado, “aquele que dita as regras, que manda embora".
Hoje, quando vejo as grandes discussões sobre a Reforma Agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a preocupação e a necessidade de alimentar a população e as cidades, vejo Vidas Secas como uma obra atual e indispensável para se conhecer melhor o Brasil.


Um comentário:

Carlos Carreiro disse...

Esta matando a saudade das letras é. Hoje estava vendo alguns livros e resolvi ler novamente o Grande Sertões.

E o teu post me fez lembrar da Baleia.

Parabéns pelo blog.